Silêncio
.
.
.
Sitiados pelo pensamento longo
tropeçamos desajeitadamente nas arestas
da palavra,
atiçando o som inabitável
esse grande escriba do deserto.
Não há sol que chegue até aqui,
repara, não sabemos das árvores
nem sequer do calor das tuas mãos.
Procuramos de noite
o silêncio dos gatos,
último refúgio dos órfãos.
#25. Jackson Pollock, fragmento de pintura.