segunda-feira, março 15, 2010

Perigo

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Ele está num sítio só de sons
e compreende o fim da inocência.
Sente aquele olhar desviar-se do seu
e sabe que algo morre.
Um pressentimento percorre-lhe a memória
e por momentos pensa que cegou
estando como está num sítio só de sons.
Diz para si
que de nada serve temer o perigo
e deita-se ao longo do medo.
Uma força
de súbito sobe medo acima
virando-lhe o corpo para o lado do vento.
Ele deixa que o vento o levante
e o leve.


#44. José M. Rodrigues, fragmento de fotografia.

5 comentários:

Aníbal Duarte Raposo disse...

Passei e gostei.

patas disse...

Gosto do POEMA.
Fotografia não sei . ... ... .. . ....

pilar disse...

Eu também gostei.
Como sempre, quero mais um.
Até breve.

Victor L. disse...

Patas,
A fotografia não é má, não sejas inconveniente!!!

Victor L. disse...

Pilar,
Obrigado pela 'visita'.
Logo que possa, trago outro post.