Se os meus ombros
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Se os meus ombros criaram movimento algum
neste dia entre todos,
que vejas mais alto as forças do silêncio
e o chão que espera os teus pés
ou a estrada que pertence aos teus passos.
Serão talvez guardadas na memória dos muros
as pedrinhas que ficaram por apanhar,
uma só linha sobre tudo o que existe,
as folhas ao vento
ou o cão na longínqua madrugada.
Que encontres nas raízes
a raiz até à luz das árvores,
que levantes o rosto
ao choro das mulheres
à inocência de certas palavras
ao som das laranjas rolando na erva.
#11. Edward Weston, fragmento de fotografia.
3 comentários:
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Parabéns.
Muito muito puro e transparente. um jogo límpido que (quase) já ninguém usa, de tão gastas que estão as palavras limpas.
armandina
Se tivesse palavras para dizer da limpidez dos sentimentos, quando à tardinha ou manhã cedo a aurora traz o sol por sua mão e o deixa no horizonte entregue a si, dir-te-ia que estava lá e o silêncio da terra me deixou a sós com os teus poemas, que me trouxe sem eu dar por isso.
Margarida.
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